Dicas de como resumir livros
- 20/05/2024
- NOWA
- 0
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
1ª Parte: apresentação objectiva das ideias do autor
1)- resumo (baseado no esquema)
2)- pequenas citações (entre aspas data e página)
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
2ª Parte (elaboração pessoal sobre a leitura)
1)- Comentários (parecer e crítica)
2)- Ideação (novas perspectivas)
2.1. Modelo de Fichamento (a respeito de “Obstáculo epistemológico”, de Gaston Bachelard)
In:
- Bachelard, G. (1957). A noção de obstáculo epistemológico. In: A formação do espírito científico [La formation de l’espirit scientifique]. (3ª ed.). Paris: L.J.F..
Recensão:
1. Noções sobre Bachelard Nasceu em 1884, em Champagne e faleceu em Paris, em 1962. Foi professor de ciências na sua cidade natal, mais tarde professor de história e filosofia das ciências na Sorbonne. Preocupado com a pedagogia das ciências, ele analisou nesta obra a noção de obstáculo epistemológico à luz da psicanálise do conhecimento objectivo.
Citação:
2. Influência da psicanálise freudiana sobre Gaston Bachelard
Nesse texto ele não apresenta os objectos externos como os empecilhos verdadeiros ao conhecimento científico, mas analisa principalmente aqueles obstáculos internos de carácter inconsciente, que surgem no próprio acto de conhecer. “… é no interior do próprio acto de conhecer que aparecem, por uma espécie de necessidade funcional, retardados e perturbações”.
COMO SE FAZ UMA RESENHA?
1. DEFINIÇÃO
Inicialmente é preciso definir o termo “resenha”. Fazer uma resenha é o mesmo que fazer uma recensão (que significa apreciação breve de um livro ou de um escrito), ou seja, trata-se de resumir de maneira clara e sucinta um livro, artigo ou qualquer tipo de texto científico.
Embora o texto a ser resenhado tenha um/a autor/a, o/o recenseador/a deve ser o/a autor/a do seu trabalho; quer dizer, é preciso manter a identidade de quem escreveu o trabalho que você está analisando, mas é preciso transparecer a sua presença, como voz crítica sobre o texto.
Resenhar significa resumir, sintetizar, destacar os pontos principais de uma obra científica.
2. PROCEDIMENTOS
1o Passo – Leitura total da obra a ser resenhada;
2o Passo – leitura pormenorizada, fazendo os destaques da partes mais significativas, que servirão de fio condutor para a elaboração do texto da resenha;
3o Passo – elaboração de um esquema com as principais etapas a serem desenvolvidas pela resenha;
4o Passo – construção do texto propriamente dito;
5o Passo – revisão do texto, correcção e aprimoramento.
3. NECESSIDADES
Toda a resenha deve ser o mais bem identificada possível, daí as seguintes necessidades:
3.1. Cabeçalho contendo o nome da instituição de ensino, título da resenha com identificação do texto resenhado, autor/a da resenha, objectivo do trabalho, local e data.
3.2. Texto dissertativo contendo: introdução, corpo principal do texto e conclusão com apreciação crítica.
3.3. Bibliografia.
4. DICAS IMPORTANTES
- A recensão deve cumprir um objectivo claro: comunicar ao leitor os aspectos essenciais da obra em questão e situá-lo no assunto da melhor maneira possível. Lembremo-nos de que, no método Descartes, a 1ª regra é a evidência, i.e., o dado inicial, que tem de ser claro, ordenado e distinto, ou seja, o critério cartesiano da verdade é a clareza e a distinção. Em concreto, Descartes parte de uma dúvida universal (metódica), para, entretanto, superá-la criticamente na conquista da verdade.
A forma da resenha, isto é, o texto deve ser claro, inteligível e dinâmico. O/A leitor/a deve ter prazer nesta leitura e deve sentir-se convidado/a à leitura do texto resenhado. Para isso, é imprescindível o uso das normas padrão da língua portuguesa.
Caso haja necessidade de citação do próprio texto resenhado, isso deve ser feito entre aspas e/ou em destaque. Sempre deve haver referência bibliográfica.
Por vezes, é interessante fazer uma pesquisa mais abrangente sobre o/a autor/a do texto resenhado, sobre o assunto em questão e sobre a situação actual da pesquisa científica sobre o tema. Esses esclarecimentos, quando convenientes, devem abrir a resenha e preparar o comentário sobre o texto em pauta.
5. APRESENTAÇÃO GRÁFICA
- Papel A4 (210×297)
- Corpo do texto:
- margens: superior e inferior: 2,5cm; margem direita: 2cm e margem esquerda: 3cm;
- caracteres (fontes): “Times New Roman”, tamanho 12;
- títulos e subtítulos: no mesmo tamanho, em negrito e/ou sublinhado;
- espaçamento: no texto: 1.5 e nas referências bibliográficas: simples.
- Referências Bibliográficas
Observa-se o seguinte critério de citação, de acordo com os padrões de Normas Técnicas da APA (Associação Americana de psicólogos):
Apelido, Iniciais do(s) Nome(s) do autor. (data). Título da obra. (Edição). Cidade (local da publicação; quando houver duas cidades, separa-se com barra: /): Editora (quando houver mais de uma editora, separa-se por barra: /).
Ex: Beaini, T. C. (1986). Heidegger: arte como cultivo do inaparente. São Paulo: EDUSP/Nova Stella.
COMO SE FAZ UMA TESE
PARÁFRASES E PLÁGIO
Ao elaborar a ficha de leitura, você resumiu vários pontos do/a autor/a que lhe interessavam: isto é, fez paráfrases e repetiu com suas próprias palavras o pensamento do autor. E também reproduziu trechos inteiros entre aspas.
Ao passar para a redacção da tese, já não terá sob os olhos o texto, e provavelmente copiará longos trechos das fichas. Aqui, é preciso certificar-se de que os trechos que copiou são realmente paráfrases e não citações sem aspas. Do contrário, terá cometido um plágio.
Essa forma de plágio é assaz comum nas teses. O estudante fica com a consciência tranquila porque informa, antes ou depois, que está se referindo àquele autor. Mas o leitor que, por acaso, percebe na página não uma paráfrase do texto original, mas uma verdadeira cópia sem aspas, pode tirar dai uma péssima impressão. E isto não diz respeito apenas ao orientador, mas a quem quer que posteriormente estude a sua tese, para publicá-la ou para avaliar sua competência.
Como ter certeza de que uma paráfrase não é um plágio ? Antes de tudo, se for muito mais curta do que o original, é claro. Mas há casos em que o autor diz coisas de grande conteúdo numa frase ou período curtíssimo, de sorte que a paráfrase deve ser muito mais longa do que o trecho original. Neste caso, não se deve preocupar doentiamente em nunca colocar as mesmas palavras, pois às vezes é inevitável ou mesmo útil que certos termos permaneçam imutáveis. A prova mais cabal é dada quando conseguimos parafrasear o texto sem tê-lo diante dos olhos, significando que não só não o copiamos como o entendemos.
Para melhor esclarecer esse ponto, transcrevo com o número I um trecho de um livro (trata-se de Norman Cohn, Os Fanáticos do Apocalipse).
Com o número 2 exemplifico uma paráfrase razoável.
Com o número 3 exemplifico uma falsa paráfrase, que constitui um plágio.
Com o número 4 exemplifico uma paráfrase igual à do número 3, mas onde o plágio é evitado pelo uso honesto de aspas.
1.1. O texto original
A vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior. Sucessivas gerações viveram numa constante expectativa do demónio destruidor, cujo reino seria de facto um caos sem lei, uma era votada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio de um termo ansiado, a Segunda Vinda e o Reino dos Santos. As pessoas estavam sempre alerta, atentas aos “sinais” que, segundo a tradição profética, anunciariam e acompanhariam o último “período de desordem”; e, já que os “sinais” incluíam maus governantes, discórdia civil, guerra, fome, carestia, peste, cometas, mortes imprevistas de pessoas eminentes e uma crescente pecaminosidade geral, nunca houve dificuldade em detectá-los (Cohn, 1965:128).
1.2. Uma paráfrase honesta
A esse respeito, Cohn (1965) é bastante explícito. Debruça-se sobre a situação de tensão típica desse período, em que a expectativa do Anticristo é, ao mesmo tempo, a do reino do demónio, inspirado na dor e na desordem, mas também prelúdio da chamada Segunda Vinda, a Parúsia2, a volta do Cristo triunfante. Numa época dominada por acontecimentos sombrios, saques, rapinas, carestia e pestes, não faltavam às pessoas os “sinais” correspondentes aos sintomas que os textos proféticos haviam sempre anunciado como típicos da vinda do Anticristo.
1.3. Uma falsa paráfrase
Segundo Cohn… [segue-se uma lista de opiniões expressas pelo autor em outros capítulos]. Por outro lado, cumpre não esquecer que a vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior. As gerações viviam na constante expectativa do demónio destruidor, cujo reino seria de facto um caos sem lei, uma era consagrada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio à Segunda Vinda ou ao Reino dos Santos. As pessoas estavam sempre alertas, atentas aos sinais que, segundo os profetas, acompanhariam c anunciariam o último “período de desordem”: e, já que esses “sinais” incluíam os maus governantes, a discórdia civil, a guerra, a seca, a fome, a carestia, as pestes e os cometas, além das mortes imprevistas de pessoas importantes (e uma crescente pecaminosidade geral), nunca houve dificuldade em detectá-los.
1.4. Uma paráfrase quase textual que evita o plágio
O próprio Cohn, já citado, recorda ainda que “a vinda do Anticristo deu lugar a uma tensão ainda maior”. As diversas gerações viviam em constante expectativa do demónio destruidor, “cujo reino seria de facto um caos sem lei, uma era consagrada à rapina e ao saque, à tortura e ao massacre, mas também o prelúdio de um termo ansiado, a Segunda Vinda e o Reino dos Santos”.
As pessoas estavam sempre alerta e atentas aos sinais que, segundo os profetas, acompanhariam e anunciariam o último “período de desordens”. Ora, sublinha Cohn, uma vez que estes sinais incluíam “maus governantes, discórdia civil, guerra, seca, fome, carestia. peste. cometas, mortes imprevistas de pessoas eminentes e uma crescente pecaminosidade geral, nunca houve dificuldade em detectá-los.
Ora, é claro que, ao invés de dar-se ao trabalho de elaborar a paráfrase n.° 4, melhor fora transcrever como citação o trecho completo. Mas para isso seria preciso que sua ficha de leitura já contivesse todo o trecho ou uma paráfrase insuspeita. Como, ao redigir a tese, não poderá mais recordar-se do que foi feito na fase de fichamento, cumpre proceder correctamente a partir daí. Você deve estar seguro de que, não existindo aspas na ficha, o que ali está é uma paráfrase e não um plágio.
Normalmente, entre nós teólogos/as e pastoras/es, empregamos a forma transliterada do grego parusía; todavia, no dicionário Aurélio a forma de se grafar esse vocábulo é parúsia. Em atenção à perfeita tradução e revisão do texto, ora compilador, mantivemos a grafia original do texto.